quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Sim, eu sou a favor dos ativistas!


 
                                              O destino dos animais é mais importante pra mim do que o medo de parecer ridículo.
Émile Zola

Diante das críticas acerca dos ativistas que resgataram 178 cães da raça Beagle que se encontravam confinados no laboratório do Instituto Royal com o único fim de servirem como cobaias para testes laboratoriais de indústrias farmacêuticas, gerando muita polêmica e divergindo opiniões nos diversos noticiários do país e do mundo, me fez refletir e ver que a humanidade ainda precisa galgar muito para enfim ser chamada de CIVILIZADA.
Citando o francês Victor Hugo (um grande novelista, poeta, dramaturgo, ensaísta, artista, estadista e acima de tudo um ativista pelos direitos humanos francês) que um dia disse que primeiro foi necessário civilizar o homem em relação ao próprio homem. Agora é necessário civilizar o homem em relação a natureza e aos animais  e assistindo todos os dias as notícias de maus tratos a animais indefesos veiculadas por todos os meios de comunicação, chego às vezes a perder a fé no ser humano. Mas quando vejo uma ação como a dos ativistas empenhados em salvar a vida de animais cujo único fim é servir de cobaia viva para cientistas que intitulam - se protetores da vida humana, uma vez que ao testar substâncias em animais, sejam eles de que espécie ou raça forem, eles evitariam um possível erro fatal a nós humanos, nem que para isso vários animais tenham que sofrer e morrer. Vejo nesses homens e mulheres ativistas uma esperança para a humanidade.
É fácil subjulgar os mais fracos e indefesos assim como foi feito séculos atrás com os índios e os escravos negros, vejo aqui a história se repetindo mudando apenas de personagem. É um mal necessário. Eles ainda dizem. Eles não têm alma, são animais, não pensam, não sentem.
Até bem pouco tempo o escravo não era considerado gente, era tratado como coisa ou mercadoria. Vinham amontoados em navios sem a menor higiene, segurança ou iluminação, muitos morriam no trajeto, muitos tinham famílias e foram arrancados de sua gente para sofrerem maus tratos dos donos de escravos, carregar peso e trabalhar na lavoura até a exaustão, serem açoitados por algo que fizessem de errado ou servir de diversão aos donos. Depois quando velhos e doentes simplesmente eram descartados. Percebem alguma semelhança?
Enquanto o ser humano não aprender que toda vida, seja ela humana ou animal, vem de Deus, ele não poderá intitular-se civilizado. O salmo 145: 9 diz que O Senhor é bom para todos, e as suas misericórdias estão sobre todas as suas criaturas. E São Francisco já dizia que todas as coisas da criação são filhos do Pai e irmãos do homem... Deus quer que ajudemos aos animais, se necessitam de ajuda. Toda criatura em desgraça tem o mesmo direito a ser protegida.
Pesquisas da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) apontam que cerca de 3,4% das crianças  que mentem, furtam, brigam e desrespeitam regras básicas e ainda forem cruéis com animais é motivo suficiente para os pais procurarem ajuda psicológica com urgência.  Aliás, os maiores assassinos, estupradores e ladrões da humanidade começaram a cometer suas atrocidades em animais domésticos.
Portanto meu recado para todos aqueles que fazem testes em animais é que parem de se esconder debaixo da saia da CIÊNCIA para cometer livremente seus crimes e barbáries medievais travestidas de experiências em prol do avanço da saúde humana. Isso não é ciência, não é avanço, é um retrocesso a Idade Média.
Matar, torturar e mutilar animais é crime previsto na Lei Federal 9.605/98 – dos Crimes Ambientais com pena de detenção de três meses a um ano mais multa! Quem mata um animal ou provoca direta ou indiretamente a tua dor é um psicopata, assassino frio e sem coração que não merece ser chamado de humano.
Diante de tudo isso só posso apenas deixar aqui o meu humilde grito de apoio aos ativistas e protetores das causas animais. Continuemos na luta porque só assim reverteremos essa triste realidade. O caminho ainda é longo, porém consigo vislumbrar mais esperança, aguardo ansiosa o dia em que o homem enfim abrir os olhos para ver que sua riqueza, evolução e civilidade está no amor e na comunhão com a natureza e todos os seres vivos.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Baruch Espinosa o Filósofo da Liberdade!



Você provavelmente já deve ter ouvido falar dele, mas não conhece a fundo a sua opinião acerca da religiosidade nem suas críticas ao conjunto de regras metódicas fundamentadas no medo, na melancolia e nas privações necessárias para se alcançar o reino de Deus. O exercício da intolerância com aquilo que difere dos ditames sagrados criados pelo homem para aprisionar o próprio homem.
A imposição de uma religião em favor da Salvação sem ao menos se importar em conhecer ou mesmo respeitar a cultura dos povos diversos. A competição entre as diversas religiões que não coexistem entre si, subjugando umas melhores que outras.
Sabemos que a Religião é a maior manifestação cultural de um povo, é aquilo a que nos agarramos quando tudo parece perdido, é a um Ser supremo, único e perfeito que rogamos por nossa proteção e suplicamos graças, tenha ele o nome e aparência que tiver. Uma manifestação criticada em parte pelo filósofo Baruch de Espinosa que defendia um Deus despido de toda a sua divindade e austeridade, que não impõe regras e dogmas rígidos a serem seguidos. Um Deus que preza acima de tudo a liberdade, a tolerância, a alegria e o amor entre os seus filhos.
Espinosa era contra o discurso eclesiástico que incutia na mente dos fiéis o medo e a intolerância a tudo aquilo que fugisse ás leis da santa amada igreja, o que acabava por  incentivar o ódio a tudo o que fosse de encontro aos seus ditames, começando uma saga para converter os hereges (lembremos da Guerra Santa e da fogueira da Sagrada Inquisição que matou milhares de pessoas que professavam uma religião ou seita “pagã” ou ainda dos inúmeros índios dizimados no Brasil e convertidos ao catolicismo) e controlar a sociedade através da tristeza e do medo.
Medo d’ Aquele que deveria protegê-lo e amá-lo mesmo que se decida percorrer um caminho diferente. Como pode o Deus de amor ser tão cruel com um filho seu ao ponto de puni-lo com a morte? Acerca desta reflexão Espinosa escreveu em sua obra Ética: “A piedade, ó Deus imortal, e a Religião consistem em mistérios absurdos e são os que condenam absolutamente a razão, os que têm aversão e rejeitam o entendimento como coisa corrompida por natureza, são esses, suprema iniqüidade, que passam por possuir a luz divina. Certamente que, se eles tivessem uma centelha que fosse da luz divina, não andariam tão cheios de soberba idiota e aprenderiam a honrar a Deus e distinguir-se-iam dos outros pelo amor, da mesma forma que agora se distinguem pelo ódio. Nem perseguiriam com tanta animosidade os que não partilham de suas opiniões; pelo contrário, sentiriam piedades deles (se é, de fato, a salvação alheia e não a própria fortuna que os preocupa) Além disso, se realmente tivessem alguma luz divina, ela ver-se ia pela sua doutrina”.
Espinosa ainda jovem, com vinte e poucos anos, retira a tela do confessionário e revela que ali se encontra um homem igual aos outros e sem divindade alguma, um homem que descobriu que pode controlar a massa distorcendo as palavras do verdadeiro Deus para com isso conseguir benefícios particulares, poder e até mesmo riqueza.
Um homem que garante ao seu rebanho de fiéis uma recompensa pós-morte por toda uma vida de sacrifícios, temores e incertezas. Um homem que incentiva o preconceito a outras religiões e estilos de vida, incentivando o desejo de ver o ímpio sofrer no inferno enquanto o “verdadeiro cristão” vive feliz e em paz no céu ao lado de Deus.
Este Deus “extramoral” defendido por Espinosa foi e ainda é duramente criticado pela classe religiosa, mas que consiste apenas num Deus de amor que protege seus filhos independente de raça, cor, classe social ou mesmo religião. Um Deus que preza a tolerância e o respeito entre os homens. Espinosa diz ainda: “A verdadeira felicidade e beatitude do indivíduo consiste unicamente na fruição do bem e não, como é evidente, na glória de ser o único a fruir quando os outros dele carecem; quem se julga mais feliz só porque é o único que está bem, ou porque é mais feliz e mais afortunado do que os outros, ignora a verdadeira felicidade e a beatitude”.
Este foi Barouch Espinosa, descendente de judeus que buscou refúgio na Holanda fugindo da Santa Inquisição Portuguesa, um estudante brilhante que desde muito cedo se destacou dos demais por formular opiniões e fomentar discussões contrárias aos ditames rigorosos proferidos nos sermões das igrejas, porém suas idéias não agradaram e com apenas 24 anos o jovem foi excomungado e abandonado por seus familiares. Morreu vitima da tuberculose aos 44 anos em uma aldeia holandesa trabalhando como fabricante e polidor de lentes.
Espinosa foi acima de tudo um defensor de um Deus de amor e da igualdade entre os irmãos. Um pensador, filósofo e crítico que se dispôs a enfrentar os homens da igreja para defender e libertar as massas através do raciocínio, da lógica, da argumentação e, sobretudo da fé, da fé em Deus e da fé nos homens!
                                       

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O SALTO ALTO E O ROCHEDO




Penedo é uma cidade linda, com enorme potencial para o desenvolvimento do Turismo, já que a mesma respira história em cada rua, calçada e estrutura. Seu passado, diz-se glamoroso, terra dos marechais e figuras ilustres que emprestam seus nomes a ruas, praças, avenidas, escolas e etc. Uma terra de costumes estrangeiros, aliás, como todo o país, sobretudo europeu, mas que infelizmente não passa de uma caricatura mal feita do que se denomina “ser chique”!
Afirmo isso, porque é comum encontrarmos mulheres se equilibrando em cima de saltos enormes e finos que acabam por se perder nos espaços entre os paralelepípedos e as pobres coitadas ficam tentando manter a pose debaixo de um sol escaldante que derrete até a mais potente maquiagem a prova d’água.
Salto alto é sim elegante, mas tem que saber usar. Um Escarpim, que é sinônimo de elegância e peça essencial no closet de toda mulher, não deve ser usado numa festinha de pagode, arrocha ou quebradeira, uma procissão ou um passeio de dia de domingo. Combina com ambiente de trabalho, jantar, teatros e outros lugares sóbrios. E mais, o ESCARPIM não foi feito para se andar em solo incerto e com falhas, mas sim em superfícies planas. Se possível percorrer longas distâncias de carro.
O Peep Toe, febre do momento, também exprime elegância e merece ocasiões especiais e é claro unhas bem feitas e pés bem cuidados. Para usar salto se faz necessário saber como, onde e quando usar, não é porque você gastou uma nota num par de sapatos super luxuoso que você vai usá-lo em qualquer lugar, vale antes fazer um curso de postura corporal e se instruir sobre como e onde se deve usar os variados modelos de sapatos.
Coisa bastante necessária, aliás, as mulheres penedenses (salvo algumas exceções é claro) que tentam imitar as modelos das novelas e revistas sem se dar conta de que o paraíso das atrizes está muito longe de nossa pacata Penedo, cheia de buracos e falhas históricas, mas que persiste no erro de continuar copiando a moda alheia sem ao menos averiguar se a mesma adéqua-se ao nosso país tropical e a nossa tropical e mormacenta cidade, cheia de perigosas subidas e descidas e sinuosas ruas onde o salto pode se perder e nunca mais se achar!

Vote nos candidatos amigos dos animais!


A figura acima fala por si só, votando em pessoas que defendem a causa animal estamos votando para que o mundo seja um lugar melhor para se viver. Pois que se preocupa com estes seres tão indefesos se preocupa também com o seu semelhante! É uma questão de humanidade!

Napoleão Bonaparte: Um Louco Ou Visionário



Todo grande homem, que permanece vivo ao longo dos séculos, que se torna ou faz história, que promove alguma mudança social é considerado um LOUCO. Assim aconteceu com Napoleão Bonaparte, homem de família humilde, nascido na Córsega a 15 de agosto de 1769, ridicularizado pelos colegas fidalgos da escola militar, o jovem Napoleão, que não tinha nenhuma finess, galgou as altas sociedades graças ás estratégias militares e políticas, conquistando com astúcia e impulsividade toda uma França, projetando-a para o desenvolvimento, quebrando as amarras da monarquia para instituir poder ao povo Burguês.
Proclamou-se Imperador, governou um Império intitulado Napoleônico, ditou suas próprias leis, arquitetou estratégias que aterrorizaram e conquistaram nações. Impulsionou uma revolução que mudaria para sempre a história daquele país, construiu a França moderna e sagrou-se o Salvador da nação francesa.
Mas, apesar de todos os seus feitos, muitas vezes, a história o descreve como um déspota obstinado pelo poder, um ditador tirano que promoveu guerras sangrentas em prol de si mesmo. E que morreu exilado na Ilha de Santa Helena, privado dos luxos, da ostentação e poder e até da companhia do filho único, Francisco Carlos José Bonaparte, fruto do segundo casamento com Maria Luísa da Áustria.
Porém, sem o general Bonaparte, a França não teria progredido, continuaria em seu arcaico regime monárquico absolutista explorador, regido pelo feudalismo, por sabe-se lá quanto tempo.
A Revolução Francesa foi um marco do desenvolvimento capitalista, instaurou a liberdade, igualdade e fraternidade, refreou o domínio inglês atingindo a sua economia e instaurando o Bloqueio Continental, criando a nova Constituição em prol dos burgueses, criou o Banco da França, tarifas protecionistas, intensificou o desenvolvimento da indústria e valorização do comércio nacional. Suas incursões científico-militares pelo Egito impulsionaram a egiptologia moderna. Se não fosse por Napoleão a Pedra de Roseta não teria sido encontrada e os hieróglifos ainda seriam uma incógnita.
Napoleão foi um homem obstinado e de princípios rígidos que tinha visão de um futuro promissor para a França. Mas como tudo um dia tem seu declínio, o Império francês conheceu o seu ao mesmo tempo em que chegou ao seu apogeu. Em 1812, seu império que havia sido erguido diante do poderio e estratégias militares, começou a ruir na incursão a Rússia, a falta de comida e o frio extremo dizimaram quase todos os soldados franceses. Com a tropa desfalcada, seus inimigos (Inglaterra, Rússia, Prússia e Áustria) uniram-se para depor Bonaparte.
Em 1814 as tropas inimigas depõem o imperador e o exilam na Ilha de Elba. Contudo este exílio não dura muito, mesmo de longe, Napoleão acompanha os acontecimentos na França, vê que com Luis XVIII no trono, a monarquia é reinstaurada e que o povo clama a volta de seu imperador e clama pelos direitos conquistados em 1789.
Napoleão retorna, então, a Paris, não para reestabelecer o Império, mas apenas para assegurar as conquistas do povo. É recebido com alegria e triunfo, para desagrado de seus inimigos que voltam a unir-se e enfim o derrotam na Batalha de Waterloo, na Bélgica. Bonaparte decide então entregar-se, a fim de evitar nova revolução e mais perdas. Foi deportado para a Ilha de Santa Helena onde é mantido em completo isolamento. Vem a falecer em 5 de maio de 1821, após longa agonia.
Napoleão deixou um legado de revoluções, lutas pelos direitos e um orgulho de ser Francês. O jovem introspecto, estudioso, de caráter impulsivo e obstinado que rapidamente ascendeu na sociedade e escreveu seu nome na história, pode ter sido sim, um louco, mas um louco com visão de progresso  e que não se deixou intimidar, mas sim, enfrentou seus adversários, de cabeça erguida, tornando-se para sempre o Herói da França.

sábado, 15 de setembro de 2012

Jovens Psicopatas


“Assassinos de pessoas freqüentemente começam por matar e torturar animais.”
(Robert K. Ressler – Psicólogo e Criminólogo)


Dias desse quando eu voltava de minha habitual caminhada vespertina, vi um garoto a atirar pedras num pobre animal abandonado que encolhido num muro morrendo de medo apenas tremia e chorava. Mas o que mais me deixou assustada foi perceber que a criança, que não devia ter mais que 10 anos de idade, parecia divertir-se com aquele ato covarde perante um ser indefeso. E isso me fez lembrar de algumas matérias de jornais e internet sobre psicopatas, sobre como alguns indícios se manifestam na infância  e muitas vezes passam despercebidos dos pais pelo simples fato de se tratarem de crianças e pela crença de que as crianças não sabem o que estão fazendo e são inocentes de seus atos.
Segundo a Associação Americana de Psiquiatria (APA), menores de 18 anos não podem ser tratados como psicopatas porque suas personalidades ainda não estão totalmente formadas. Pesquisas da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) aponta que cerca de 3,4% das crianças mentem, furtam, brigam e desrespeitam regras básicas, mas se também forem cruéis com animais é motivo para os pais procurarem ajuda psicológica com urgência. Esses atos violentos podem piorar ao longo dos anos transformando essas crianças em cruéis assassinos no futuro.
Algumas pesquisas mostram que psicopatas frios, cruéis e calculistas começaram seus crimes com animais. Só pra começar cito o exemplo de Brenda Spencer que em 1979 aos 16 anos matou dois adultos e feriu nove crianças por pura diversão como ela mesma declarou ao ser detida: “Não gosto de segunda-feira. Isso anima o dia… Não houve motivo e foi só como uma grande diversão… Como atirar nos patos em um lago… Pareciam um rebanho de vacas andando por lá… foi fácil acertá-las” . Quando criança Brenda já incendiava cães e gatos.
Em 2008 bastaram apenas 35 minutos para que um garoto de sete anos de idade matasse 13 animais em um zoológico na Austrália. O ato não foi nada inocente. O menino, desacompanhado dos pais, entrou no setor de répteis, pegou uma pedra e bateu com força contra um lagarto diversas vezes até o animal morrer. Depois atirou mais dez animais para dentro da jaula de um crocodilo: foram dez lagartos, quatro dragões barbudos, dois diabos-espinhosos, uma tartaruga e uma iguana de 20 anos. Pelas câmeras do zoo, o menino foi flagrado rindo enquanto assistia o crocodilo atacar um indefeso lagarto de língua azul.
O mais assustador é a rapidez com que essa criança cometeu tantos crimes. E escapou por pouco de um processo, pois, no Território do Norte da Austrália, onde o fato ocorreu, as leis levam a julgamento pessoas a partir de 10 anos de idade. Seus pais, no entanto, foram processados pela falta de controle do filho e também por terem arriscado a própria vida dele, facilitando que ficasse tão perto de um crocodilo.
No Brasil, em 2004 um crime cometido em Cruz Alta, no Rio Grande do Sul chocou o país. A vítima, Maicon Rodrigues dos Santos, tinha seis anos. O menino teve a cabeça mergulhada em um poço e em seguida foi agredido com pauladas no peito, por um garoto que tinha apenas 11 anos de idade. O jovem assassino relatou que matava gatos com frequência da mesma forma e que não tinha dó dos bichos porque estava acostumado a ver cabritos, pombas e galinhas mortos em rituais (conforme noticia publicada pelo jornal Zero Hora de 1º de junho de 2004).
E quem não se lembra do caso das duas adolescentes que por “diversão” jogaram filhotes de cachorro vivos em um rio e ainda registraram tudo em vídeo e postaram no You Tube.
Casos como estes mostram que os pais deveriam prestar mais atenção a esses transtornos de conduta das crianças a fim de mudar esta condição, uma vez que sua personalidade não está totalmente formada. Uma ajuda psicológica orientada vem como solução para direcionar toda a raiva e violência latentes nas crianças para outras formas de expressão que não venham a prejudicar pessoas ou animais, modificando assim sua forma de pensar e agir.
Nos E U A estudos do FBI revelam que 80% dos psicopatas começam matando bichos. Aqui no Brasil este tema ainda está começando a ser estudado com a ajuda da PM e a análise das ocorrências policiais vão investigar apenas para confirmar a ligação da psicopatia com os maus tratos a animais, para com isso elaborar leis mais rígidas a fim de mitigar a violência que muitas vezes só é notada quando ocorre com nós seres humanos. Segundo o psicólogo canadense Robert Hare “não é possível afirmar que uma criança agressiva se tornará um psicopata, mas certamente será um adulto problemático se age de modo cruel com outras crianças e animais, mente olhando nos olhos e não tem remorso”.
Bem, mas voltando ao menino, muni-me de todos os argumentos possíveis para dissuadi-lo de sua atitude covarde, o que resultou apenas no enchimento de saco do garoto que foi embora resmungando palavrões e chateado por eu estar estragando a sua “diversão”. O pobre animal, um cachorrinho mestiço de pequeno porte, vendo-se livre do pequeno sádico, correu pra bem longe, todo desconfiado, procurando um abrigo seguro para lamber suas feridas. E eu segui meu caminho pensando que pelo menos por hoje eu salvei este animal, mas e amanhã? Quem poderá salvá-lo? E mais, quem poderá salvar o garoto dele mesmo?


Izabela Oliveira

Os "Ismos" Do Homossexualismo

Ao longo dos séculos palavras como sodomita, pederasta, pervertido, homossexual, lésbica, doente, dentre tantas outras, rotularam pejorativamente homens e mulheres que ousavam amar alguém do mesmo sexo. Uma forma de repressão àqueles que insistiam em contrariar as regras sociais.
Estudos revelam que o relacionamento entre indivíduos de mesmo sexo ocorre desde os primórdios da humanidade em várias regiões do globo terrestre. Mas então por que em pleno século 21 ainda existe preconceito e relutância em aceitar o homossexualismo que outrora já fora tão praticado, respeitado e até incentivado? Por que é tão difícil aceitar um beijo, um abraço ou qualquer manifestação pública de carinho entre os homossexuais? Analisemos então um pouco a história para tentarmos entender de onde vem tanta intolerância e preconceito.
Há registros que mostram que os homens pré-históricos relacionavam-se entre si sem distinção entre homem ou mulher, até perceberem que desta forma não havia procriação. Isso a 10.000 anos atrás, portanto, vê-se que a homossexualidade é algo tão antigo quanto o próprio ser humano e até natural do ponto de vista cultural.  Segundo Spencer (1999), os jovens de certa tribo pré-histórica seguiam um ritual de passagem para a vida adulta que consistia em serem penetrados pelos tios maternos, sabendo que o esperma do tio era essencial para se tornarem homens fortes.
Ainda no quesito cultura, vale lembrar da Grécia e de outro ritual de iniciação que consistia na relação sexual entre meninos e homens mais velhos. O mancebo que não passasse por este ritual de iniciação sexual era considerado um pobre coitado. E em muitas cidades gregas aqueles que não escolhiam um jovem para ser seu amante era punido pelas leis locais.
Representação do amor grego entre o filósofo e seu aprendiz.
Os gregos acreditavam que o verdadeiro amor só existia entre pessoas de mesmo sexo. Aristóteles afirmou em sua obra intitulada Ética, a ideia de que ”o amor e a amizade são plenas somente entre os homens.” Sob esta ótica em Esparta os soldados eram incentivados a se relacionarem entre si, mais que isso, eram incentivados a se amarem, constituir relações, pois acreditava-se que assim o exército ficava mais unido e que um homem apaixonado jamais abandonaria o parceiro no campo de batalha.
Pintura em vaso grego
Enquanto que em Atenas filósofos e aprendizes trocavam experiências tanto intelectuais como sexuais com o aval e orgulho dos pais dos jovens. Também havia casos de mulheres mais velhas que se relacionavam com jovens meninas, mas nem todas as cidades gregas viam esse tipo de relacionamento com bons olhos porque havia preconceito e repulsão pelo prazer feminino e muitas vezes elas eram consideradas depravadas.
Na Roma antiga, a prática homossexual também era bem vista e corriqueira entre os jovens e seus tutores. Mas com a queda desse império e a difusão do cristianismo e suas leis, a ideia do sexo entre iguais acabou virando pecado mortal. Lembremos do exemplo bíblico das cidades de Sodoma e Gomorra, onde se praticava o sexo livre e que por isso foram castigadas pela ira divina, vindo a salvar-se apenas uma família honesta diante dos ditames da Igreja Cristã.
A Igreja Católica vem instituir que a única função do ato sexual é a procriação. Então acabou-se o amor, acabou-se o prazer, acabou-se a liberdade. O líquido precioso (o sêmen) só poderia ser usado com fins de procriação, ou seja, nada de masturbação solitária. E inovar nas posições nem pensar! Ou a mulher corria o risco de enlouquecer ou era uma depravada. Sentir prazer então estava fora de cogitação, era coisa do demônio.
Os rígidos ditames católicos vieram para repreender muitos hábitos culturais de vários séculos em todas as regiões em que foi disseminado. Mas nem por isso antigos costumes deixaram de ser praticados. Agora eles adquiriram caráter desonroso, doentio e pecaminoso.
Durante anos até os livros que expressavam o prazer, os ditos livros para ler com uma só mão, retratavam casos homossexuais que atiçavam a libido masculina, mas também o pecado, o medo e o arrependimento predominavam nas narrativas. Por exemplo na estória “AMAR, GOZAR, MORRER”, que fala sobre as experiências da jovem Amélia que tem sua iniciação sexual com a sua mãe adotiva, uma bela e jovem condessa. Eis abaixo um trecho do livro:
“Oh! Deuses imortais, meu desejo realizara-se. Os seus lábios tocavam-me pela primeira vez, a mais sensível parte do meu ser. Junto da minha boca tinha a condessa sabido colocar idêntico lugar. Os lábios rosados, semiabertos, pareciam sorrir-me unindo-se-lhes aos meus.  (...) Então sucederam-se as convulsões, os suspiros, os êxtases. Então não podendo articular uma só palavra, sob a pena de nos privarmos de tanto gozo, concentrávamos toda a nossa atenção naquele ponto. Sentia-me desfalecer, a língua da condessa matava-me. (...). O prazer era superior às nossas forças e caíamos desfalecidas sem poder articular o mais breve som.”
E a condessa aconselha Amélia:
“Os combates do amor foram criados para os indivíduos do sexo contrário. Esses cansam, fatigam, mas não matam... Foge das mulheres minha filha, tens em mim um terrível exemplo, sofro muito, ... muito.”
Muitos homens e mulheres famosos na história foram perseguidos e punidos por causa de sua opção sexual. No intuito de se adequarem aos ditames agora estabelecidos pela sociedade e incorporados do cristianismo, muitas pessoas deixam de ser quem realmente são para assumir um papel que seja aceito pela sociedade e com isso sofrem calados tendo de se esgueirar pelas sombras para satisfazer seus desejos e exprimir seu amor.
As punições para o “crime” do homossexualismo iam da prisão e trabalhos forçados ao assassinato. Um caso conhecido é o do célebre escritor Irlandês Oscar Wilde, homem culto, com carreira promissora, famoso, respeitado por todos, rico, invejado e bem casado, vê sua vida desmoronar quando seu caso de amor com o jovem Lorde Alfred Douglas vem a tona em Londres. Wilde foi preso e condenado a 2 anos de trabalhos forçados na prisão. Por qual crime? Por cometer atos imorais com diversos rapazes. Wilde terminou seus dias em Paris sozinho, pobre e doente. A intolerância fez sucumbir um brilhante escritor no auge de sua carreira.
Oscar Wilde
Outro exemplo de intolerância é o dos poetas franceses Arthur Rimbaud e Paul Verlaine, o primeiro um espírito livre, astucioso, rebelde e muito brilhante, um verdadeiro gênio fulgaz e arredio. O segundo era um boêmio errante na vida que se descobre na poesia, mas que ainda se encontra muito preso ás convenções sociais da época. O s dois têm um caso de amor explosivo, mas a inquietude de um e a covardia de outro os levaram a sucumbir tanto social quanto psicologicamente. Verlaine vai preso e é condenado por pederastia. E Rimbaud segue errante e solitário para o deserto se dedicando aos poemas, vindo a morrer em consequência de um tumor no joelho que o levou a amputar uma perna. Dois talentos que também pereceram por conta da repressão.
Verlaine e Rimbaud
E como eles tantos outros, conhecidos ou não, ainda hoje sofrem por não conseguirem expressar abertamente seus sentimentos, seja por medo ou vergonha de não serem aceitos por seus pais, amigos, pela sociedade em geral e sobretudo por não se aceitarem, por achar que são diferentes ou doentes. Muitos sofrem durante anos por não se aceitarem, tentam de todo modo adequar-se ao modelo padrão da sociedade (hetero) para conseguir aceitação achando muitas vezes que podem ser felizes representando algo que não lhes é próprio, apenas no intuito de se encaixarem no modelo imposto.
É preciso que o ser humano solte as amarras do preconceito e da intolerância e exercite o respeito ao próximo. Hoje não há punições legais para o homossexualismo, porém há ainda a punição psicológica, a autopunição, a não aceitação e os crimes homofóbicos.
Ainda temos um bom caminho a percorrer até que esse tema deixe de ser tabu para tornar-se corriqueiro e normal. Vale muito a pena conhecermos o princípio de tudo para que assim possamos entender e elaborar nossas próprias opiniões acerca de todo e qualquer assunto.